Apesar das variações estatÃsticas na subclassificação do abuso humano, o dentista é provavelmente o profissional mais propenso a encontrar sinais de abuso fÃsico e sexual e negligência de cuidados à saúde e segurança entre pacientes pediátricos e idosos. Das crianças e idosos abusados fisicamente, 50% manifestam injúrias orais e faciais. Esses traumas inexplicados são relatados de forma imprópria pelo responsável ou são inconsistentes com a hÃstória fornecida. Essas lesões incluem o seguinte:
Laceração dos freios lingual e labial, que resultam de um golpe nos lábios ou de alimentação forçada;
Fraturas repetidas ou avulsão de dentes;
Fraturas nasais e do arco zigomático;
Contusões bilaterais das comissuras labiais ocasionadas pela colocação de mordaças.
Outros instrumentos que entram em contato com a pele podem deixar marcas lineares e paralelas, tais como traumas ocasionados por cabides, correias, cintos ou réguas. As marcas de linhas paralelas são associadas a marcas que ficam após um tapa com a mão aberta. As múltiplas áreas redondas, circulares, furadas ou ulceradas são causadas por queimaduras intencionais com cigarros ou chaurutos. As marcas curvas são criadas por cabos elétricos, cordas e arames.
Entre os adultos, 10% dos homens e 25% das mulheres, são vÃtimas de agressão sexual. As infecções orais associadas a doenças sexualmente transmissÃveis (DST), são obviamente, um sinal de abuso sexual, quando observadas em um menor de idade. As lesões eritematosas ou petéquias no palato ou ulcerações na regiao sublingual devem ser notificadas, uma vez que podem ser resultantes de trauma fÃsico associado à prática de felação ou cunilÃngua.
Em relação aos pais a "cárie de mamadeira" é considerada um sinal de negligência e indica o descaso do responsável com as necessidades odontológicas da criança. O dentista deve estar atento também a outros comportamentos abusivos do responsável em relação aos pacientes pediátricos ou idosos. O comportamento abusivo pode envolver a recusa em procurar tratamento para problemas médicos ou odontológicos sérios, abandono, recusa em cooperar com o plano de tratamento e a falha em retornar ao mesmo médico ou dentista para o tratamento.
Neville. Patologia Oral e Maxilofacial. 2º ed.
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